segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A arte - de Manoel Carlos - imita a vida?


“Um belo dia resolvi mudar e
 fazer tudo o que eu queria fazer...”

Bem, dia desses manifestei a vontade de voltar a escrever nesse blog para a minha amiga Cool. Propus nos alternarmos em “postagens” quinzenais, utilizando esse espaço para expormos nossos pontos de vista “cool & cult” sobre tudo.
Quarta eu estava assistindo o meu programa favorito de tv, Saia Justa, quando a âncora do programa, Mônica Waldvogel, deu a dica de um livro, O mundo pós-aniversário, que narra a vida de uma mulher casada que começa a se interessa por um outro homem. Até aí, tudo parece ser aquele típico clichê, no entanto, em certo ponto da trama, a autora constrói uma bifurcação na história de sua personagem, passando a contar duas perspectivas diferentes: uma, como se ela tivesse traído o marido, outra, como se ela não tivesse cometido o adultério. Segundo a Mônica, a autora sustenta muito bem essas duas atmosferas estabelecidas, além de construir primorosas metáforas.
Maitê Proença, também apresentadora do programa, aproveitou a deixa para fazer uma crítica à atual novela de Manoel Carlos. Primeiro, ela aconselhou Letícia Spiller a ler o livro que Mônica acabara de indicar, para, a partir daí, tomar alguma decisão sobre o destino de sua personagem.
Novela do Maneco já se pode esperar: Leblon, Bossa Nova e as suas tão favoritas Helenas. Fotografias maravilhosas do Rio de Janeiro também estão sempre presentes, mas o que fugiu um pouco à regra, no folhetim atualmente ao ar, é o dia-a-dia de seus personagens, agora, abordado de maneira tão cansativa.
Fico me perguntando se Manuel Carlos continua a retratar as nossas vidas na telinha e se é isto mesmo: vivemos numa monotonia sem fim? Sem muitos fortes acontecimentos em nossas vidas? E será que o ápice de nossos grandes conflitos interpessoais se resolvem numa separação, ou num adultério como o novelista tem nos mostrado?
É certo que o ele acertou em cheio ao criar o drama da personagem Luciana, interpretada por Aline Moraes, mas os outros núcleos parecem flutuar em meio a rotina de suas vidas. Eu espero que, ao contrário do que eu tenha ouvido, essa não seja a sua última trama e, como todo escritor, sua carreira têm altos e baixos... E Viver a Vida foi apenas uma “queda” – um tropeço –, para servir de experiência e dar gás a sua próxima subida.    

“No ar que eu respiro, uu
Eu sinto prazer
De ser quem eu sou
De estar onde estou
Agora só falta você, iê, iê”

Ass: Cult!

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